Desde o início das ações da Operação Onda Verde em Mato Grosso, há 40
dias, agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama) conseguiram embargar quase 4 mil hectares de
terra e aplicar mais de R$ 12 milhões em multas aos responsáveis pelo
desmatamento ilegal na região. Segundo Marcos Keyne, superintendente do
órgão no estado, os fiscais ambientais também apreenderam 15 tratores,
cinco caminhões e duas colheitadeiras.
A operação foi criada para combater o crime ambiental nas regiões da
Amazônia Legal onde a derrubada irregular de árvores é mais crítica.
Equipes do Ibama já ocuparam, além do território matogrossense, áreas no
Pará, em Rondônia e no Amazonas, onde o desmatamento ilegal tem sido
flagrado com frequência pelos agentes ambientais.
Durante visita à cidade de Sinop, a quase 500 quilômetros da capital
Cuiabá, Keyne sinalizou que os números da operação devem aumentar nos
próximos meses. O governo anunciou recentemente que os fiscais
ambientais vão começar a trabalhar, ainda este ano, com equipamentos que
imprimem autos de infração eletronicamente.
A aposta do governo é que, com esse equipamento, as multas sejam
aplicadas com mais agilidade e precisão, revelando detalhes e as
diretrizes corretas do local onde o crime foi praticado. As informações
precisas podem evitar que erros de posicionamento abram brechas para a
apresentação de recursos judiciais que anulem a punição dias depois da
autuação.
Marcus Keynes também lembrou que o Ibama está trabalhando com imagens
de satélite de alta resolução que permitem que os agentes localizem, em
tempo real, áreas desmatadas de apenas 5 metros. As imagens
disponibilizadas para os órgãos ambientais, até poucos meses, não
captavam, com qualidade, detalhes de áreas pequenas.
Com o início da Operação Onda Verde, as equipes ambientais passaram a
contar com sete helicópteros para a fiscalização do território amazônico
e a expectativa é que a frota de veículos adaptados para a região
também seja ampliada nos próximos meses. Como os acessos ao interior da
Amazônia são difíceis, a aquisição desses veículos adaptados, que serão
rastreados e terão sistema de comunicação por satélite pode significar
um combate mais ostensivo à prática ilegal na região.
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